Uma jornada para o mercado de trabalho

Amanda Fonseca
2 min readJun 29, 2017

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O primeiro dia de maio é o dia internacional do trabalho no Brasil e em outros tantos países. Se a situação atual não é positiva para os trabalhadores, para as mulheres, a situação é pior ainda. Segundo o Fórum Econômico Mundial de 2016, a igualdade salarial entre homens e mulheres só será alcançada em 170 anos. Aqui no Brasil, uma pesquisa recente feita por uma agência de empregos online indica que as mulheres ganham menos que os homens em todas as funções. A diferença pode chegar a ser de mais de 62%, mesmo que elas trabalhem 5 horas a mais que eles por semana e representem 61% das pessoas com um diploma universitário. Além disso, o Brasil está na posição 79° entre 144 países dentro do índice mundial de desigualdade dos sexos do Fórtum Econômico Mundial. Enquanto isso, o Canadá está em uma melhor posição (35°). Assim, para cada 100 dólares que um canadense ganha, uma mulher canadense ganha 81 dólares. Mas esse cálculo é baseado nos dados de 2015, quando o Canadá estava na trigésima posição entre 145 países. A diferença no posicionamento se deu por conta de uma queda das representantes no legislativo, nos cargos mais altos e gerentes.

Mesmo que o machismo esteja presente na sociedade em geral, infelizmente, ele é percebido mais claramente em países em desenvolvimento. Uma pesquisa da Organização Mundial do Trabalho e da Gallup descobriu que 32% dos homens brasileiros preferem que as mulheres não trabalhem. Eles acreditam que somente as funções domésticas caberiam a elas.

As estatísticas do Brasil indicam uma longa jornada até a igualdade no mercado de trabalho. Há muitas razões para isso. Uma delas está associada a uma falta de representação política feminina. Depois do golpe de Estado, a presença das mulheres diminui significativamente entre os cargos mais importantes. Assim, como podemos melhorar nossas condições de trabalho se ninguém trabalha por nós? É um combate diário pelos nossos direitos, é uma busca por representação em todos os setores.

Como mulheres, nós devemos dar importância a outras mulheres. Nós podemos fazer isso com pequenos gestos, por exemplo, como jornalista, é muito importante para mim entrevistar profissionais mulheres, quanto mais nós aparecermos na mídia, mais nos distanciamos do estereótipo de mulheres do lar.

Texto original: https://jesuisfeministe.com/2017/05/12/une-marche-pour-le-marche-du-travail/

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Amanda Fonseca

jornalista, feminista, impulsiva, sincerona. Meu medo é não poder mudar de roupa, de cabelo, de lugar e de opinião.